Os causos do “Taíde”: João Mendonça


Lá pelos 1950 oriundo da região do nosso município, chegou a Coluna, João Mendonça Ferreira.
Casado com a Maria foi a primeira casa a ser construída no alto do cruzeiro. O ambiente foi muito rápido, pois o Mendonça fazia tudo, era pau para toda obra e o lugar necessitava de pessoas assim.
Com a chegada de Padre Sady, não demorou muito para que os dois ficassem bons amigos. Era só o padre vê-lo na praça, descia as escadarias da casa paroquial para saborear do delicioso rapé que o Mendonça não dispensava por nada. Batiam papos, lembravam do seu Hermógenes, Espíndola, do Orozimbo e de todos os pioneiros que edificaram a nossa Igreja Matriz. Mendonça, às vezes bebia uma cachacinha a mais, e ficava meio serelepe, a ponto de sair do sério. Certo dia deu uma pulada fora, traindo assim a Dona Maria que não merecia tal atitude. Arrependido foi ao Padre Sady: “Louvado sois Cristo padre! Para sempre, Mendonça, o que se quer? Ah! Seu pade, que queria cunfessá! Confessar, Mendonça, o que você aprontou por ai? Eu mexi fora! O que? Você adulterou? Adulterar eu não sei que qui é não, o que sei é qui eu pulei a cerca! Cadê sua esposa, Mendonça? Coinfeito! Quero que o Senhor me perdoa e me dá a pinitência. Seeei! Pensou: ô meu caro, você vai rezar trezentos pai-nossos, trezentas ave-marias e trezentos glória ao Pai! Mas isso é muito, pade!... Seeei! Pode pagar em suaves prestações, mas, se houver reincidência, eu vou te mandar para as profundas do inferno! E o Mendonça saiu quebrando a cabeça, pensando: o que será essa tal de reincidência?


Os causos de “Taíde” / O Caminho, ano I-Edição 13-Pág.:03-Coluna/MG - Fevereiro 2010



Exibir mapa ampliado

Quero ir embora pra Pasárgada


Hoje acordei e fazer nada eu queria
Idealizava ser inútil por um dia
Esquecer obrigações, e sentir como seria

Durou pouco o devaneio
Afazer logo veio
Partiu ao desejo pelo meio

Desocupo do inútil
Vou cumprir agenda útil
De repente até fútil

Quero ir embora pra Pasárgada
Lá eu também sou amigo do rei
Lá sou amigo do poeta

Colibri


Entrou pela janela, um beija-flor
Inquieto, assoviou ao meu lado
Trazia prenúncio de um novo amor
E certeza de dias apaixonados

Rápido, gracioso, seguiu viagem
Bateu asas, saiu sem discrição
Talvez levasse outra mensagem
Dessas que alegram o coração

Paixões são sempre assim
Inesperadas, aparecem do nada
Às vezes têm triste fim
Às vezes, uma história encantada

Mas a pequena ave voltou
Com uma notícia um tanto incerta
“O estado afetivo acabou”
Meio sem fala avisei:
_ Vou deixar a janela aberta!

Veja mais