Preâmbulo

Meu livro é de poemas pobres
Às vezes também não opulentos
Mas tem a fúria da arte devaneia

Erupção de vulcão que ainda dorme
Testemunho exato de trabalho erudito
Neologismo, neolatino, correm dentre veias

Tolice!
Não existe livro algum
Sim páginas dobradas
Na gaveta da escrivaninha.












Peixe de aquário

Ser vertebrado respira por guelras
Sistema sensorial, diferentes células
Cores intensas, padrão fusiforme
Barbatanas longas, não sei quando dorme

Eu tenho um bem ali
Naquela cultura aquática
Naquele bojo minúsculo
Que lhe faz perder a prática

Esquecido se torna incógnito
Na sua gota oceânica
No seu ambiente insólito
De uma vida nem monogâmica