Silêncio

Simplesmente resisto
                        Sem mais escrita
                        Sem término
                        Reticência

Os causos do “Taíde”: Joaquim Pereira


O folclore sempre marcou presença em nossa Coluna assim como a preservação da nossa cultura.
Na rua da várzea pertinho de Maria Vitorina, Nica de Bertulina, João da Esmeralda e Chico Tibucio morava Joaquim Pereira da Fonseca tio do nosso saudoso vice-prefeito Geraldo Pereira.
O Joaquim foi o maior comilão que nós vimos.
Em comícios, casamentos, em casa ou onde ia trabalhar, comia quase as panelas, gamelas e os talheres.
Certa vez o Nezinho seu irmão foi escolhido com dona Maria Chumbo para os patronos da Trezena de Santo Antonio. Nezinho o convidou para ajudá-lo angariar alguns leilões.
Desceram, chegaram à fazenda dos Aguiar, estava na hora da ordenha. Dona Sílvia havia feito café com leite e angu doce, ele tomou um copo de litro e dois “pratões” de angu doce.
Seguiram a viagem, no Sebastião Freitas dona Aninha estava fazendo requeijão, ele comeu um prato de ágata de requeijão quente e outro de doce de leite mole.
Desceram mais, lá no Pedralvo dona Negrinha havia apanhado um balaio de puxar milho de laranjas. Ele chupou a metade do balaio de laranjas serra d’água e campista.
No seu Miguel de Abreu ele achou o que mais gostava, bolo de fubá e brevidade. Comeu quase a gamela toda.
Nezinho preocupou-se e decidiu voltar como medo do Joaquim passar mal.
Chegaram!
Nezinho pediu ao Geraldo para saber de o Joaquim havia chegado bem, e se sentisse mal era para tomar bicarbonato.
Chegou, vovó?
Papai mandou eu perguntar se tio Joaquim chegou aqui bem?
“Chegou meu filho; chegou, comeu dois “pratões” de carne passadinha com quiabo e angu e ta dormindo”.
“Escuta pra você ver a altura do roncado dele e os tamanho dos puns que ele ta soltando”.
Foi quando ouviram: “Oh mãe, a carne passadinha com quiabo acabou?” “Se acabou a senhora faz um tutu com “seis ovo frito” que eu tô morrendo de fome”.
“Este meu filho! É pior que o monstro de Itamarandiba.”

Os causos de “Taíde” / O Caminho, ano I-Edição 04-Pág.:03-Coluna/MG - Maio 2009


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Peixe de aquário

Ser vertebrado respira por guelras
Sistema sensorial, diferentes células
Cores intensas, padrão fusiforme
Barbatanas longas, não sei quando dorme

Eu tenho um bem ali
Naquela cultura aquática
Naquele bojo minúsculo
Que lhe faz perder a prática

Esquecido se torna incógnito
Na sua gota oceânica
No seu ambiente insólito
De uma vida nem monogâmic

De Drummond a Neruda


Fiquei pensando num poema que a caneta não quis escrever

Tomei então este verso emprestado do poeta e resolvi deixar a tinta escorregar pelas linhas, ora calma, ora indecisa e muitas vezes, desatinada, sem destino.

E o tecido que se forma no papel borda as memórias que são como vento de outono, carregando folhas bailarinas...

A lembrança foge e brinca com nossos sonhos e desejos de infância.

Nosso tempo está além das montanhas da Coluninha, à léguas de nós que vagamos sem parar na estrada do sem fim.

“Saudade é sentir que existe o que não existe mais..."

Adelina Correia.De Drummond a Neruda/