Meia noite. Ao meu quarto me recolho
Meu Deus! E este teto! E, agora vede:
No concreto bruto sobre a parede,
Protege-me a pele, então me recolho.
Vou mandar derrubar a parede
Digo. Erguê-la ainda, somente com o olho
E olho o teto. E vejo-o ainda, intriga-me o olho
Figura imóvel sobre minha rede!
Levanto. Esforços faço. Chego,
Quase a tocá-lo. Minh’alma se concentra.
Que arte produziu tão perfeito quadro?
A consciência humana é este teto!
Por mais que a gente a faça, a noite ele esta lá
Imperceptivelmente em nosso quarto.
Adaptado de: O Morcego - Augusto dos Anjos
Assinar:
Postagens (Atom)
Veja mais
-
A manhã fria de julho já ocupara o lugar da noite, que fora longa e também fria, quando aquela mulher -vou chamá-la de Biza- que dor...
-
Uma mulher caminha por uma rua de pedra Na calçada à esquerda, pouco antes da esquina Uma cadela se junta a latas caídas da lixeira ...
-
De repente começo a recordar de coisas, das coisas, e quando percebo, já fui tomado pelas lembranças. As imagens chegam soltas, aleatórias. ...